quinta-feira, 21 de maio de 2009

Ser Professora de Inglês


Vivemos muito longe da cultura americana, dos usos e costumes, das maneiras que falam e aplicam a língua inglesa. A única solução é ter dinheiro e investir em cursos de língua, livros, revistas e dicionários, conversar pelo msn, skype, usar microfone e buscar por pessoas nativas que nos ajude a aperfeiçoar o nosso modo de falar e nos ajudem a adquirir fluência.Alguns professores que vivem em cidades pequenas do interior reclamam a falta de pessoas fluentes que possam lhes ajudar a praticar em conversações a língua inglesa.Ser professor de Inglês em uma escola pública, concursado e efetivo é útil e agradável, pois nos dá maior renda e estabilidade, mas quanto ao ensino é um verdadeiro fazer de conta que se ensina, todo o ambiente conspira para a façanha do teatro de ensinar.Não se aprende a entender o que se ouve, a falar, a ler e a escrever em língua estrangeira, as aulas e os seus resultados são mentiras, reais enganações.A maioria dos professores nem se quer se preocupam com isso, dizem que fazem o que podem e se não fazem mais é porque o sistema não lhes permite.Minha maior tristeza é saber que posso e devo fazer mais, me entristece saber que através de meu trabalho eu faria alguém crescer e, no entanto não o faço.Estou cansada de ouvir dizer que os professores devem incentivar seus alunos para desenvolverem por si só, mas como posso fazê-lo se enquanto professora não sou incentivada a estudar para melhorar e me qualificar? Sabendo que encontrarão as mesmas barreiras que encontro que razão terei em encorajá-los?O fator financeiro contribui sim e muito, mas os professores que se preocupam realmente com seu trabalho se preocupam mais ainda com o sucesso dos objetivos de seu trabalho. Creio que para ser um professor de verdade, temos que amar o sacerdócio que é educar, quando escolhemos com plena consciência a carreira docente.As universidades nos preparam para lecionar em ambientes de pura fantasia e inexistentes, nos deparamos como classes lotadas, sem conforto e suporte didático e pedagógico. Chegamos as escolas despreparados frente a realidade e nada nos incentiva a melhorar.E não vou pensar que isso acontece em todo lugar e por isso aceitar, pôr a culpa nos alunos, achar que hoje em dia é assim mesmo, eles é quem são preguiçosos. Se nossos alunos estão desencorajados é porque nós professores não sabemos como construir relações efetivas com eles em escolas desconfortáveis, feias e sem nada a lhes oferecer. Eu repudio tal realidade, tudo isso está errado, e não aceito como normal e natural, pelas gerações que ainda virão, tenho que fazer algo diferente, quero ser a mudança ou pelo menos o começo dela.É muito bom e confortável para mim, dizer que gosto de ler, escrever e produzir, enquanto sentada nas cadeiras acolchoadas da UFPB, com ar-condicionado, um pouco menos de 10 alunos nas salas cursando pós-graduação, tenho dinheiro no bolso, posso comprar qualquer coisa para comer ou beber, posso comprar livros, muitos deles se precisar, e meus alunos, podem também? Nem mesmo um livro didático ou um dicionário o sistema de ensino estadual e municipal lhes oferece. É tanta coisa errada e ainda tem professores que me dizem para parar de pensar tanto nisso, pois posso ter depressão, é melhor pensar em mim. Meu Deus! Como meus alunos podem gostar de estudar Inglês e pensar que é uma disciplina importante e interessante de se estudar? A resposta não é razão para ficar depressiva e sim algo para se lutar, travar uma guerra, encontrar soluções.É importante saber que se aprende muito em contato com estrangeiros, assistindo TV a cado, através do computador, ouvindo músicas. Em todo lugar só o que se ouve é forró, alguns sem letra só desmoralizações é o único incentivo que eles têm todo o tempo. Os sistemas de comunicação locais estão apenas preparados para divulgar corpos e batuques sem arte.Lembro-me bem quando decidi estudar Inglês, foi já na faculdade de Letras, quando já não tinha mais para onde correr e ainda assim descobri que a maior parte do eu tinha aprendido era tudo errado, que tive professores despreparados, que só ocupavam um cargo por pura necessidade.Os professores que tive na universidade foram muito importantes para mim, sem dizer muito me fizeram entender o quanto é agradável, necessário e possível falar Inglês. Mantive relações efetivas com meus professores, todos eram muito bem preparados. Posso eu hoje ser assim importante para meus alunos? Os ótimos professores que tive, não eram só o que eu via, eram apenas uma parte da formação que tinham. Como vai a nossa qualificação?Anda muito mal, obrigada! A prefeitura e o estado aprovaram leis que dificultam nosso afastamento para estudos, temos que viver numa correria só, para dar aulas e estudar, de uma cidade à outra e o tão sonhado mestrado e doutorado, que nos é garantido por lei federal, LDB e tudo mais é o tema mais odiado pelos secretários da educação. E os diretores ainda nos dizem que para ser professor não é preciso muito 'frescura' não, por isso já se vê a formação que estes tem, formação do partido 'tal', isso sim é uma baida pós-graduação. E ainda quando reinvindicamos os nosso direitos somos chamados de 'terroristas', foi o que ouvi no dia 20/02/09 em sessão na câmara de vereadores ao tentar aprovar o PCCR (plano de cargo carreira e remuneração).Na fantasia que na faculdade mergulhei, é preferível estudar lá a ser professor aqui fora, nas condições em que vejo é o melhor que se pode querer, mas eu realmente amo o que eu decidi ser e quando amo quero fazer o meu melhor!

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