segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Luto


Preciso de contar
Tanta coisa
Que tenho medo
De não lembrar de tudo.

Partindo do dia seguinte
Tanta coisa mudou,
Você não tem noção.

Ele Chorou tanto,
Eu chorei também
Sofria mais
Ao vê-lo sem consolo.

Um homem sem amor
Com imensa dor
Pensou em morrer,
Ir embora,
Resolver seu sofrer.

Deixando tudo
A vida que lhe chorava
Levando-nos daqui
Para qualquer lugar
Outro lugar. Sei lá...

Vida sem chão,
Igual a retirante
Sem raíz
Sem terras nos pés.

Sem amor, sem O amor

Crescentes lembranças
Nós éramos a tua imagem
Memória que vivia
A chorar, a rodear-lhe.

Nos agredimos com palavras
Peço-te desculpas
Mas dois abandonos assim
seguidos
Eu sei, não suportaria

Da-me uma barra de saia
Permite-me a terras dos teus pés
Para mim, para enterrar-me

Tal como uma chica desolada,
Cada vez mais orfã,
Mato-me a ti dentro de mim,
Temendo tua ausência
Matar-me primeiro....

Choro, choro, lembro de você...
Evito as lembranças,
Me fazem piorar, assim creio...

Não sei viver plenamente
Uma perda,
E sei fugir de meu luto
Vivendo fugindo
Piorando as coisas...

Tentei por anos ser forte,
Ao lembrar-me de tuas palavras
'se eu morrer você vai ver o que é bom.'
Vai saber, vai
Existe o insubstituível

É, não há nada como você,
Embora haja quem tente
Depois de toda esta tempestade
Fazer o melhor que pode,
Reagindo contra ou a meu favor
Sendo, ao menos, transparente
Translúcido em sua dor
Sofre por você, sofre por amor.

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