sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Poema


Posso não saber decifrar
Meus próprios mistérios
Nem compreender meus sentidos
E dizer que tenho 5 ou 6

Posso ter desejos ocultos
E talvez não sinceros
Posso acreditar que os tenho
E que até sejam o que quero
Pelos amores que revelo
Ou talvez não os tenha

Mas correndo da razão
Minha vida atropelo
Porque tem vezes que
Apenas quero
Porque meu coração pede
E ao fim já não sei se é sincero

E não me canso
De tentar me entender
Em meio a atitudes minhas
Que não me reconheço

Já não escrevo o que penso
Porque nem mesmo
Sei o que eu quero
E tudo vira pontos,
Vírgulas e reticências

Assim meu tempo passa
E vem a penumbra
E já não mais me acompanham
Meus desejos e pensamentos
Estou só em meio a tantas coisas

Pois as conlusões que tinha
Não as conhecia, nem eram minhas
Alguém me havia deixado
Em forma de esfinge
Um não sei que de dúvidas e inquietações

De tudo a única certeza
Era que a mim me faltava um coração
Não mais o meu, mas o de alguém
Que me enchesse de delírios
Que me envolvesse em fantasias
Que me respondesse tantas perguntas
Ou que não me respondesse

Alguma coisa que me ajudasse a ser
Um todo de respostas e amores
Um todo de etecetaras
Para que fosse no fim
Um alguém perto de mim

Que embora eu não me compreenda
Sei que não quero estar só
Sei do que gosto
Porque dentro de mim
Há sempre uma resposta
Para o monte de perguntas
E arrependimentos sem fim

Sei que ser feliz
Não é ficar só
Sei que ser infeliz também não
Mas que feliz eu poderia ser bem mais
Se alguém me acalmasse e me trouxesse paz.

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