O que pretendes nesta vida
De conquistas e desapegos?
Fazes sofrer e não te completas
O que buscas, será que sabes?
Olho para ti e vejo
O retrato de alguém que não se vê
Até no amor diz não crer
Mas confessa que amou
E a este sentimento já se entregou
Talvez seja isso
Entregaste-te demais
E tal entrega te fez prisioneiro
Destas algemas não encontras mais as chaves
Encontras então o direito de aprisionar outras almas
Apenas para poder aliviar a tua
Volta-te a ti mesmo e olhas
Será que por alguém hoje choras
Ou fazes chorar?
Será que tua alma realmente pertence ao ninho que te acolhe
Ou vives em abrigo que tua essência já não escolhe
Sabes o que queres?
Ou ainda buscas palavras que expressem
As razões que te tornam insensível
A ponto de não valorizares meu inocente coração
Que de mim um dia roubaste
Enquanto a mim fingiste te entregar
Porém tuas conveniências e orgulho
Fizeram-te voltar ao leito primeiro
Que por mim um dia por inteiro
Deixaste e a nossa paixão te entregaste
Procura estar onde teu coração está
Deixa a tua razão pousar ao lado da tua felicidade
Não as segmente
Ensine-as a andarem juntas
Para nunca mais te sentires dividido
Entre o amor e o erro.
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